Competências socioemocionais para educadores

Sempre conversamos sobre a importância da inteligência emocional para as crianças, mas ela também é essencial para os professores. Afinal, sem habilidades socioemocionais bem desenvolvidas, o estresse diário pode afetar a saúde física e emocional desses profissionais, além de prejudicar a qualidade das aulas.

Quando as competências socioemocionais para educadores são bem trabalhadas, os alunos também desenvolvem essas qualidades. Não devemos nos esquecer de que os pequenos refletem nossas atitudes, não é verdade?

Neste post, vamos conhecer as 5 principais competências socioemocionais para educadores. Confira:

5 principais competências socioemocionais para educadores

Empatia é uma das competências socioemocionais para educadores

1. Empatia

A capacidade de se colocar no lugar do próximo é uma das competências socioemocionais mais necessárias na atualidade. Ser empático pode trazer benefícios muito grandes na sala de aula:

  • você não subestima a capacidade intelectual do seu aluno, nem menospreza suas opiniões apenas pela falta de idade;
  • você trata o aluno como um indivíduo que merece respeito;
  • você não exagera nem subestima a quantidade de tarefas que um estudante consegue entregar;
  • você oferece aulas e atividades mais condizentes com os desejos e necessidades da turma, além de entender se aquilo é realmente necessário para ela;
  • você evita que o bullying aconteça.

E quando falamos de bullying, a empatia é ainda mais necessária. Comentários sobre o peso, a cor e a etnia de um indivíduo, antes considerados apenas piadas, hoje são vistos como fatores fundamentais para o surgimento de indivíduos inseguros, autossabotadores e depressivos. 

Um educador empático se coloca no lugar do aluno que é vítima daquele comentário e percebe o quão destrutivo ele pode ser para sua autoestima.

2. Tolerância

Tolerância não tem a ver só com paciência (embora ela seja muito necessária!), mas também com respeito a diferenças. Hoje, o mundo é muito mais diverso: os alunos, principalmente os adolescentes, têm mais liberdade para exercer sua religião, cultura, orientação sexual e gênero. No entanto, isso não significa que não sofram represálias.

É comum que vejamos casos em que adolescentes sofram preconceito por parte dos colegas — o problema piora quando ele é reforçado pelo educador.

Em 2017, uma adolescente candomblecista foi ofendida por outras alunas. Ao tirar satisfações, a professora expulsou a vítima. Nenhuma medida para contornar a situação foi feita por parte da escola. 

Segundo a Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil 2016, entre os alunos LGBT de diversas escolas do País, 73% foram agredidos verbalmente e 36% fisicamente. Muitos deles pensaram faltaram aulas para evitar esse problema e até cogitaram o suicídio.

Ser tolerante é, principalmente, eliminar a intolerância da sua sala de aula. Promover atividades que desenvolvam a empatia entre os alunos forma indivíduos mais compreensivos, respeitosos e pode ser fundamental para salvar vidas.

3. Responsabilidade

A responsabilidade aqui não é apenas de passar o conteúdo, mas de entregá-lo da melhor maneira possível. É trabalhar suas habilidades de aprendizagem para oferecer aulas de mais qualidade, adaptadas aos novos tempos. Aqui, mais do que ser responsável, você deve ser comprometido com seu trabalho.

Ser responsável com sua turma significa perceber talentos diferentes em seus alunos e desenvolvê-los. Você pode ter um indivíduo único em sala de aula, que está tendo seu potencial desperdiçado porque ninguém o nota. Não deixe que o desânimo de uma rotina o deixe alienado aos talentos de sua sala de aula.

4. Autoridade

Em momentos de cansaço e estresse intenso, o professor pode apelar para gritos durante a aula. Além de apenas assustar a turma, essa atitude prejudica suas cordas vocais e até piora a saúde no geral. Por fim, seus alunos vão entender que só conseguirão ser respeitados falando alto — e vão copiar essa atitude.

Há também quem simplesmente desista de tentar colocar ordem. O professor se senta, deixa a turma fazer a bagunça que quiser e vai embora. Quem deseja estudar é prejudicado; quem bagunça, cresce sem limites no lado emocional. No fim, todos saem prejudicados.

É essencial impor sua autoridade sem apelar para gritos. Mostre que o respeito é fundamental, e que a bagunça vai trazer consequências negativas na hora da prova. Aqui, o importante é que os alunos tenham respeito, e não medo. 

5. Acolhimento

Em um mundo tão conectado, é impressionante como as pessoas se sentem cada vez mais sozinhas. Por isso, é comum vermos alunos extremamente isolados, sem nenhum contato social durante a aula toda.

Embora um indivíduo possa ser reservado, isso não significa que ele seja, necessariamente, isolado. Ao contrário da solitude, a solidão é um problema que afeta significativamente a saúde mental de uma pessoa — principalmente na sua idade de formação. 

Acolher novos alunos, por exemplo, é fundamental para integrá-los à turma. Inclua atividades que promovam a interação, que misturem grupos (e evitem as famosas “panelinhas”), que diminuam atritos e que permitam o “desabafo” dos adolescentes. Proíba risos e comentários debochados durante essas tarefas. É importante que cada aluno se sinta seguro para se expressar e ser ele mesmo.

O acolhimento pode ser fundamental para evitar algo mais sério. Alunos que se sentem seguros com um educador podem desabafar sobre problemas familiares e até de sua saúde mental. Se você perceber que algum aluno está mais afastado e tendo algum comportamento estranho, converse com ele.

Viu como exercitar sua inteligência emocional é importante para sua rotina? Quais competências socioemocionais para educadores você costuma desenvolver? Deixe seu comentário no post!

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