Inteligência emocional e saúde mental infantil – Tonia Casarin

Você sabe o que é inteligência emocional? Muito negligenciada em detrimento da inteligência acadêmica, a nossa capacidade de entender os sentimentos é fundamental para uma vida saudável. Mas não apenas entre adultos — ela é essencial também para a saúde mental infantil.

Mas o que é inteligência emocional? Como ela beneficia a saúde mental infantil? Você vai descobrir tudo neste post:

Inteligência emocional é diferente de razão?

Erroneamente, muitas pessoas pensam que inteligência emocional é o oposto de ser racional. Ou ainda, que ela acontece quando o coração (usado como sinônimo da emoção) ganha da cabeça (a razão). Mas não é nada disso! 

Inteligência emocional é a capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles. Então, que tal tentar ajudar seu filho a desenvolvê-la? Vocês dois só têm a ganhar

A saúde mental das crianças é extremamente importante.

Inteligência emocional pode ser desenvolvida ao longo da vida?

Vale lembrar também que a inteligência emocional não é estável ao longo dos anos. Ou seja, de acordo com o momento em que estamos vivendo, ela pode ser abalada. Por exemplo: em situações de estresse intenso, a capacidade de lidar com as emoções pode diminuir.

Isso acontece com crianças também. Elas passam por situações de estresse, como em épocas de provas, apresentações em público (seja na escola, seja no balé, por exemplo) ou separação dos pais. É dever dos responsáveis ajudá-las a desenvolver sua saúde mental infantil para que, quando maiores, consigam enfrentar o mundo.

 Como desenvolver a saúde mental infantil?

Mas se desenvolver a inteligência emocional não é fácil para adultos, imagine para os pequenos. Perceber o que sentimos, entender o porquê, controlar e transmitir de forma correta é difícil mesmo. Em especial porque muitos sentimentos se misturam e as crianças ainda não conhecem todos. Ou não possuem o vocabulário para expressar os seus sentimentos.

Aliás, você, adulto, consegue facilmente definir o que é e quando está triste, ansioso, com medo? Muitos confundem, por exemplo, tristeza com depressão. A depressão é uma doença, enquanto a tristeza, uma emoção. Outras confundem ansiedade com medo, por exemplo. Agora, pense na criança, que está aprendendo a se relacionar, está descobrindo o mundo, que passa pelos primeiros momentos de alegria e frustração. Difícil, não é verdade?

Porém, se ajudarmos as crianças desde que são pequenos, podemos transformá-las em adultos que sabem lidar com a incerteza de um mundo cada vez mais tecnológico, complexo e ambíguo.

Uma saúde mental infantil fragilizada pode levar à depressão.

Como a depressão atinge os pequenos?

Infelizmente, nos Estados Unidos, 75% dos primeiros sintomas de depressão aparecem antes dos 24 anos. Desses, 50% antes dos 14 anos. É assustador perceber que as crianças já estão com dificuldades que afetam sua saúde mental. 

Isso é consequência de um mundo agitado, inseguro e violento, de excesso de estímulos, de pouca atenção dos pais, de poucas horas de sono, entre vários outros motivos. Aí já viu o que acontece. Com a saúde mental infantil abalada e fragilizada, a saúde física também acaba sofrendo.

Mas temos uma boa notícia: crianças que passam por intervenções em competências socioemocionais tendem a ter menor chance de desenvolver problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. Além disso, falar sobre o que estamos sentindo com pessoas próximas ajuda a prevenir esses diagnósticos que, muitas vezes, acabam em fatalidade.

Setembro Amarelo

Desde 2014, no mês de setembro acontece a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio o Setembro Amarelo. Vamos aproveitá-lo para prestar atenção e cuidar das emoções e da saúde mental da família e das nossas crianças. Vamos falar sobre os sentimentos. Vamos dialogar e ajudar as pessoas com depressão. Vamos ajudar a reduzir esses números de suicídio.

Quando uma pessoa está sangrando, você vai ajudá-la. Mas quando alguém está depressivo, por que você não ajuda? Invista na saúde mental infantil. Se seu filho demonstrar sinais de depressão, converse com ele e procure ajuda.

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