5 dicas para lidar com a ansiedade infantil – Tonia Casarin

Como já falamos aqui, também é possível sofrer de ansiedade infantil, como consequência do mundo agitado. Muitas vezes, são inclusive reflexo dos adultos que estão a sua volta.

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Você nunca ouviu falar em ansiedade infantil? Tem dúvidas de como lidar com esse problema? Vamos conversar sobre isso e muito mais neste post:

Como a ansiedade se manifesta na infância?

A ansiedade infantil pode mudar a rotina de seu filho. Ele acaba faltando à escola, tem noites de insônia e não quer socializar com outras crianças. Isso tudo ocorre por conta dos pensamentos e preocupações que estão em sua cabeça. Se você perceber que isso está acontecendo com frequência, procure ajuda médica.

Muitos pais se frustram diante de situações como essa, ficam com medo de não aguentar a barra. Mas o que nossos pequenos mais precisam nesse momento é do apoio e segurança que só os responsáveis podem proporcionar.

Não existe uma solução para ansiedade que sirva para todas as crianças, já que elas têm inúmeros tipos de medo e fobias. No entanto, existem alternativas feitas por meio de pesquisas que podem ajudá-las. E não se preocupe: essas atividades costumam ser simples de aprender e colocar em prática. 

A ansiedade na infância pode dar indícios de diversas formas.

Para ajudar nesta fase de desenvolvimento do pequeno, aqui estão 5 formas de aliviar a ansiedade na infância:

Como lidar com a ansiedade infantil?

Veja 5 dicas para ajudar seu filho a superar momentos de ansiedade:

  1. Não peça para o seu filho ficar calmo

Nos períodos de ansiedade, é automático que você diga: “fique calmo” ou, ainda, “confie em mim”. Muitas vezes essas táticas não funcionam e, para piorar, podem deixar a criança ainda mais nervosa. 

Isso porque quando os processos químicos ocorrem no cérebro em momentos de ansiedade, a parte mais lógica (córtex pré-frontal) é colocada em modo de espera, enquanto a  emocional assume o papel para dar respostas diante de uma situação estressante. Resumindo: seu filho até quer escutá-lo, mas fica muito difícil pensar de forma clara e usar a lógica nesses momentos.

Mas você pode ajudá-lo a pensar com clareza durante crises de ansiedade infantil:

  • Pare: pare por breves momentos e faça algumas respirações profundas com a criança. A respiração profunda pode ajudar a inverter a resposta do sistema nervoso e fazer com que a criança se acalme. Muitas vezes, recomendo que os pais também façam as respirações profundas com os filhos, assim, espelham para as crianças e acabam se acalmando para lidar com a situação também.
  • Enfatize: a ansiedade infantil é assustadora. A criança quer que você perceba isso. Mostre para ela que você entende e que acolhe essa emoção dela.
  • Avalie:  assim que a criança ficar mais calma, é hora de descobrir possíveis soluções. Pergunte a ela o que ela acha que pode ajudá-la a se acalmar ou a lidar com a ansiedade. Encoraje-a a tentar, ainda que não dê certo de primeira. Fale que vocês estão juntos para lidar com esse monstrinho. E que, se alguma estratégia falhar, vocês são criativos e podem pensar em mais de mil ideias!

Aqui é importante que você deixe de lado a sua culpa, você é o melhor pai ou mãe que pode ser! 

 

  1. Mostre o lado positivo da preocupação

Sabemos que a ansiedade por si só já é perturbadora para as crianças, por isso não podemos transmitir para ela que estar preocupada é sinal de algo estar errado. Ensine-as que a preocupação tem um “objetivo”.

Dê como exemplo nossos ancestrais, que quando iam caçar e pegar alimentos, estavam de frente com o perigo. Nesses momentos, o fato de estarem preocupados ajudava-os a evitar ataques de animais. Hoje não temos a necessidade de fugir de predadores, mas continuamos com o mecanismo de resposta ansiosa: a preocupação. Ela é um mecanismo de proteção, solta um aviso em nosso sistema para que haja percepção de perigo, e assim nos ajuda a sobreviver.

Explique para o pequeno que a preocupação é normal, e pode ser nossa aliada para proteção. E que isso ocorre com todo mundo. No curso Inteligência Emocional para Pais e Filhos, falo do exemplo da cobra e explico como o medo nos ajudou a chegar até aqui.

 

3. Encaixe a ansiedade da criança em acontecimentos da vida

Ignorar a ansiedade não vai ajudar. Mas encaixar a ansiedade com os acontecimentos da vida e conversar com a criança sobre essa relação é um fator crucial para restabelecer o equilíbrio emocional.

Para facilitar, podemos criar um personagem, ou um monstrinho.  Esse processo vai tornar a assimilação mais fácil para a criança. O monstrinho da ansiedade pode ficar fora do controle às vezes, mas temos que falar calmamente com ele.

Essa criação do personagem tem vários benefícios – um deles é ajudar a criança a entender essas sensações “estranhas”. De forma lúdica, as crianças conseguem se distanciar da emoção e esse processo pode ajudá-las a restabelecer a lógica, e pensar de forma mais clara. E quem sabe, conseguir por conta própria em uma situação de ansiedade, se acalmar.

 

4. Vamos brincar de detetive?

Usar brincadeiras é uma forma simples e efetiva de lidar com a ansiedade infantil. Ensine a criança a ser detetive dos seus pensamentos e emoções. A preocupação foi a maneira que o cérebro achou de nos proteger do perigo. Às vezes, a mente exagera em situações, para ver se estamos atentos. Você já achou que fosse um animal no chão, mas era somente uma folha caída?

Ajude a criança a aplicar os 3 passos seguintes e descubra com ela o que passa na sua cabeça.

  • Pesque os pensamentos: fale para a criança imagina que cada pensamento que ela tem flutua acima da cabeça numa bolha (como o que você vê em quadrinhos. Agora, peça para ela pegar um dos pensamentos de preocupação e dizer qual deles ela capturou. Se a criança tiver dificuldade de verbalizar um pensamento, dê um exemplo: “Ninguém na escola gosta de mim.”
  • Busque provas e evidências: em seguida, peça para a criança, assim como o detetive, coletar evidências para afirmar ou negar esse pensamento. Dê um exemplo “Eu tive dificuldade em encontrar alguém que quisesse sentar-se comigo no recreio.” Ou para negar a evidência da preocupação “O Antônio e eu fazemos os trabalhos de casa juntos, ele é meu amigo.”
  • Desafie os pensamentos: a melhor e mais divertida maneira de fazer isso é ensinar a criança a ter um debate consigo mesma. Peça para a criança se perguntar “Será que ninguém gosta de você, ou foi somente aquele dia no recreio? Se ninguém gostasse de você, você nunca seria convidado para nenhuma festa de aniversário, o que não é verdade…”

Converse com ela e mostre que tudo bem ela se sentir daquele jeito, mas que isso não significa que ninguém goste dela ou que não tenha amigos. 

5. Não afaste a criança de tudo que causa ansiedade

Afastar seu filho de situações que o deixam ansioso pode parecer a melhor escolha a se fazer, certo? Porém, em longo prazo, evitar a ansiedade pode aumentá-la, além de você não ajudá-lo a lidar com esse monstrinho no futuro.

Como alternativa, tente a exposição progressiva e gradual às coisas temidas. Pegue algum medo de seu filho e crie mini metas para que, no final, ele chegue no objetivo maior.

Todo esse processo pode levar alguns dias, meses ou até anos. Fazendo pequenos avanços, a situação pode deixar de causar desconforto à criança e, depois, disso, você vai passar para o próximo passo da exposição.

A ansiedade na infância não tem tem sintomas claros, portanto fique atento.

Lembre-se de que você é a REFERÊNCIA DE SEGURANÇA AOS OLHOS DA CRIANÇA.

Dar suporte para na hora da ansiedade infantil pode parecer frustrante, mas seu papel é essencial nesse momento de desenvolvimento do pequeno. Não se culpe por seu filho estar passando por essa dificuldade. A ansiedade é resultado de inúmeros fatores, a culpa não é sua! 

Deixe o seu monstrinho da culpa de lado e ajude seu filho com a ansiedade dele. E, se perceber que, apesar dos seus esforços, a criança continua a sofrer de ansiedade, de forma a atrapalhar a rotina e o dia a dia dela, procure ajuda profissional.

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